Os Estados Unidos lideram os menores impostos sobre os combustíveis no mundo, o que não chega a 27%. Reino unido passa dos 68% enquanto no Brasil repousa próximo dos 50%. E deve aumentar mais ainda em fevereiro de 2025 com o aumento da cobrança nominal do ICMS.
A primeira reflexão que fazemos é que o Brasil não é o país que mais cobra impostos sobre os combustíveis, mas também está longe do menor. O dado mais preocupante nesse caso é o fato da dependência do governo dessa arrecadação, visto que cerca de 50% da arrecadação brasileira vem da taxação de bens e produtos, contra 23% nos países desenvolvidos.
Essa fragilidade tributária mostra que o Brasil tem menor poder de compra que os demais, com altos preços, indústria ineficiente, importação alterada por câmbio desfavorável entre outros. O debate em cima dos impostos de forma nominal é infrutífero. Tem que se mudar todo o processo e alterar as estruturas que fundamentam uma má utilização desses impostos recolhidos.
Pagar 68% de impostos sobre o combustível no Reino Unido e contar com sistema de transportes eficientes, altamente modernos e seguros, contar com saúde, educação e segurança faz com que o sentimento por trás desse pagamento se torne mais suave, alterando assim a visão do contribuinte. Aqui no Brasil, além de se pagar impostos altos, a necessidade de arcar com todos esses pontos tira poder de compra da moeda brasileira diminuindo o bem estar do contribuinte brasileiro.
De acordo com a Opep, a média dos países da OCDE apresenta 53,8% de imposto sobre o preço final, enquanto a média do grupo do G7 é de 56,4%.
Veja o percentual de impostos no preço final de combustíveis em alguns países:
- Reino Unido: 68,9%
- Itália: 66%
- França: 63%
- Alemanha: 60,5%
- Brasil: 36,5%
- Canadá: 36,2%
- EUA: 23,9%…
Fonte: UOL Economia
Por que países como Canadá e EUA conseguem cobrar bem menos impostos? Fica claro que esses países, continentais como o Brasil, tem volume gigantesco que torna a arrecadação maior. No caso do Brasil o fator de má utilização dos impostos, cadeia logística atrasada e desvio de recursos são os principais causadores da falta de fé do cidadão brasileiro.
Veja que mesmo com sistemas eficientes e bom uso dos impostos, esses países são cobrados o tempo todo, por suas populações, sobre o uso e o valor cobrado dos impostos. Não se trata de fechar os olhos, mas de se estar vigilante na cobrança, mas também na utilização desses impostos recolhidos.
O governo anterior fez algo inédito em solo brasileiro, conseguiu baixar os altíssimos impostos estaduais, chamados de ICMS, para 17% como teto máximo, além de determinar a cobrança de forma nominal e não percentual sobre o preço de venda nos postos, tornando o imposto menor e mais transparente. Quase tudo isso foi desfeito pelo atual governo assim como teremos aumento nesse imposto agora em fevereiro de 2025.
A cultura americana enraizada no consumidor joga a culpa dos aumentos e preços desenfreados de produtos e serviços para o governo, pressionando assim o órgão regulador da sociedade a criar, moldar e manter praticas que ajudem a economia a ‘rodar’ de forma mais significativa. O consumidor brasileiro não consegue fazer essa associação e acaba jogando a culpa para a ponta ou seja, o varejo, com a cultura de demonizar o empresariado, deixando o governo de fora e livra para não tomar atitudes que reforcem a economia e infraestrutura para melhorar o comercio.
Os impostos são altos e qualquer alteração desse quadro vai ficar mais difícil após a nova reforma tributária que criou um dos maiores impostos sobre consumo do mundo. Alta carga tributária sem investimentos torna o país menos competitivo e mais caro, tanto para exportar quanto para seu consumidor. Esse é o pior viés do Brasil.
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