Rússia vende combustível 5,9% abaixo da cotação internacional após invasão da Ucrânia bloquear acesso a EUA e União Europeia

Sempre tenho dito que o maior erro do governo Bolsonaro foi ter aderido a sanção americana imposta contra a Rússia no inicio da guerra contra Ucrânia. Que fique bem claro meu repúdio a esta guerra e ao regime ditatorial do Putin, mas uma celebre frase atribuída a diversos personagens históricos, mas eternizada na voz de Charles de Gaulle: “Países não tem amigos, países tem interesses”. Esse foi um erro que ajudou a por em xeque a capacidade do Brasil de manter os preços de combustíveis baixos.
China e Índia seguiram importando diesel mais barato e assim conseguiram diminuir os impactos das economias que já estavam debilitadas devido a pandemia. Erro de relações exteriores que ajudou a escalada de repudio ao governo anterior.

O novo governo aprendeu rapidamente a surfar nessa onda do diesel russo, mas o que não tem sido repassado de forma gradual para o mercado revendedor. Aumentando as margens da importação e da distribuição. O que mais se vê é reclamações do setor por que a diferença de preço da Petrobras está alta, sendo que importamos menos de 30% da nossa necessidade.
Isso quer dizer que para cada 10 centavos pagos a mais por combustível importado, o repasse total deveria ser apenas de 3 centavos. Os postos revendedores dizem algo completamente diferente. Aumentos sucessivos, não midiáticos sempre com a mesma desculpa: produto importado!

A pergunta é: Quanto desse diesel hoje é russo?
“Dados da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revelam que nos dois primeiros meses deste ano as importações de diesel da Rússia somaram 1,121 milhão de toneladas, volume 830,5% maior que as 120,526 mil toneladas compradas no mesmo período do ano anterior. Em valor, a compra somou US$ 818,730 milhões, uma alta de 734,9% em relação aos US$ 98,060 milhões de janeiro a fevereiro de 2023.” (Fonte: O GLOBO)
Segundo a reportagem do O Globo, nós compramos quase 30% do diesel vendido pela Russia. Estamos falando de uma quantidade extrema. VEja:
“O apetite dos importadores do Brasil, país que não aderiu aos embargos como os EUA e a União Europeia, é visível no relatório European Waterborne Products da consultoria Wood Mackenzie. Entre janeiro e março deste ano, o principal importador de diesel da Rússia foi a Turquia (32% do total), seguido de Brasil (27%), Marrocos (5%), Gana (5%), Líbia (5%) e Tunísia (4%). Outros 35 países somam menos de 4% das exportações de diesel da Rússia.” (Fonte: O GLOBO)
Mais clareza no mercado de importação e distribuição são essenciais para se entender o porque de preços altos chegarem tão rápido nas bombas e os preços baixos se perderem no caminho.

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