Enquanto o crime organizado se infiltra em mais de 900 postos de combustíveis em todo o Brasil, as autoridades públicas parecem agir lentamente diante da gravidade da situação. Este artigo revela como a omissão do poder público alimenta um cenário competitivo ilusório, onde o preço baixo esconde práticas criminosas e ameaça a sobrevivência dos empresários honestos do setor.

O setor de combustíveis, responsável por mais de 13% do PIB industrial do Brasil, tornou-se um dos principais alvos do crime organizado. Um mapeamento inédito revelado pela Folha de São Paulo mostra que ao menos 941 postos de combustíveis em 22 estados brasileiros estão sob investigação por suspeita de ligação com facções criminosas como o PCC, Comando Vermelho, Família do Norte e milícias.
A atuação dessas organizações no setor não se limita à lavagem de dinheiro. Elas adulteram combustíveis, sonegam tributos e utilizam empresas de fachada para movimentar bilhões de reais fora do alcance da fiscalização. Em apenas quatro anos, uma dessas redes ligadas ao PCC movimentou R$ 30 bilhões, segundo a Polícia Federal.

Contudo, o problema se agrava por um fator ainda mais preocupante: a lentidão e a omissão do poder público em enfrentar o problema de forma ampla. Embora investigações estejam em curso em São Paulo e no Rio de Janeiro, estados como o Rio Grande do Norte afirmam sequer ter investigações em andamento, o que indica uma discrepância preocupante entre o avanço do crime e a resposta institucional.
Essa omissão não é apenas uma falha moral ou legal. Ela alimenta uma concorrência desleal que corrói o mercado. Postos controlados por organizações criminosas conseguem vender combustível a preços muito abaixo da média, graças à evasão fiscal e à adulteração. Para o consumidor desavisado, parece um bom negócio. Mas os efeitos colaterais são devastadores: o empresário honesto é obrigado a baixar seus preços para competir, muitas vezes operando com margens de lucro insustentáveis.

Esse “barateamento” do mercado é ilusório e destrutivo. Ele mascara o verdadeiro custo da ilegalidade e compromete a qualidade dos produtos, a arrecadação de impostos e a sustentabilidade dos negócios éticos. A longo prazo, enfraquece a confiança no setor e penaliza justamente quem investe em legalidade, segurança e qualidade.
Segundo o Instituto Combustível Legal (ICL), as fraudes e sonegações no setor causam perdas fiscais de até R$ 23 bilhões por ano. Estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que o crime organizado lucra quatro vezes mais com combustíveis do que com cocaína: R$ 61,5 bilhões contra R$ 15 bilhões. A magnitude da crise é clara, mas a resposta do Estado ainda é tímida.

A infiltração do crime organizado no setor de combustíveis não é apenas uma questão de segurança pública, é também um ataque direto ao mercado, à legalidade e ao consumidor. Enquanto o poder público não atuar de maneira estruturada, ampla e célere, estaremos todos, empresários, consumidores e sociedade, à mercê de um sistema paralelo que disfarça seus crimes sob o atrativo de preços baixos.
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