Em tempos de suspeitas e manchetes impactantes, é fundamental entender como separar o joio do trigo. A segurança do consumidor começa com informação, mas também passa pelo reconhecimento da maioria dos empresários que atuam com ética, responsabilidade e respeito às normas.

Manchetes sobre fraudes em postos de combustíveis sempre chamam atenção. A recente matéria da Tribuna de Minas ensinando a identificar bombas adulteradas reacende um debate antigo: como proteger o consumidor sem estigmatizar toda uma categoria? A resposta começa pelo equilíbrio. Informação, fiscalização e apoio ao empresário que cumpre as regras devem caminhar juntos. As novas bombas que são blindadas contra fraude, hoje exceção na maioria dos postos, já era para ser uma realidade mas foi adiada devido alguns fabricantes não estarem prontos. Hoje a realidade é bem diferente, os maiores já estão prontos com a nova tecnologia RTM e podemos voltar a pauta de instalar essas bombas, obrigatoriamente nos postos.
O RTM visa garantir a precisão da medição do volume de combustível entregue aos consumidores, evitando que os postos pratiquem fraudes, como a “bomba baixa”, onde o volume entregue é menor do que o indicado na tela.
A adulteração de bombas é crime e deve ser combatida com rigor. Mas o consumidor precisa saber que esses casos, embora graves, não representam a maioria dos postos do país. A grande parte dos revendedores atua corretamente, seguindo protocolos, investindo em qualidade e mantendo a integridade do negócio. São esses que sustentam a confiança no setor e merecem reconhecimento. Por isso deve-se ter responsabilidade, ao difundir esse tipo de matéria, que falta um trato jornalístico, como se as exceções fossem a regra. não é o caso. Na busca por likes, os blogs acabam fugindo do bom tom investigativo e tentam pautas que chamem a atenção dos leitores, ao invés de informar a verdade dos fatos.

Criar uma rede de segurança para o consumidor é essencial. E isso envolve tanto o acesso a mecanismos de verificação — como selos do Inmetro, nota fiscal, aplicativo da ANP e bom senso — quanto a difusão de conteúdos educativos, como o publicado na matéria citada. Mas também é preciso criar uma rede de proteção para o empresário sério. E isso se faz com política pública, incentivo à regularização e comunicação responsável. Não se pode tomar todo o mercado por uma parcela que faz coisas erradas.
Em vez de generalizações perigosas, o setor precisa valorizar os bons exemplos. Um posto bem iluminado, com funcionários treinados, equipamento moderno e transparência nos preços deve ser celebrado — não nivelado por baixo. Essa imagem precisa chegar ao consumidor final com mais força, inclusive nas redes sociais e nos canais oficiais do setor.

Além disso, o comportamento do consumidor também conta. Valorizar o preço mais baixo sem verificar a procedência pode alimentar justamente os maus empresários. Educar o cliente para que ele escolha com consciência é parte da solução. E cabe a todos — governo, imprensa, setor e sociedade — esse esforço contínuo de conscientização. Preço baixo é muito bom, desde que entregue o que se está comprando e as novas bombas podem garantir que isso aconteça. Qualidade custa e é caro. não dá para manter um posto limpo, bonito, iluminado com funcionários bem remunerados, devidamente contratados com todos os seus direitos e ainda ter o melhor preço do mercado. Se um posto tem todas essas qualidades e ainda é o menor preço da região com diferenças altas, pode desconfiar.
A boa notícia é que ferramentas existem. Aplicativos como o da ANP, denúncias anônimas, fiscalização de rotina e iniciativas privadas de certificação podem transformar o cenário. Mas isso só será eficaz se houver também um esforço de valorização de quem faz certo. O empresário ético não pode ser invisível — ele precisa ser o exemplo e precisa ser valorizado pelos órgãos públicos. O seu posto de confiança ainda é a melhor forma de se precaver contra situações de risco para você e para seu veículo.
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