A Califórnia sempre foi um estado símbolo de vanguarda ambiental nos Estados Unidos. Desde os anos 2000, suas políticas vêm ganhando destaque, e agora, mais uma decisão ousada promete impactar o setor automotivo: a partir de 1º de janeiro de 2035, está proibida a venda de novos veículos de passeio movidos à combustão no estado. A medida, embora ambiciosa, é controversa. Ela mantém o direito de circulação de carros comprados antes dessa data, mas barra completamente a comercialização de novos veículos a combustão após o prazo.

O debate se intensifica porque a geografia e logística dos EUA facilitam contornos legais: em poucas horas, é possível sair de Los Angeles, ir até uma cidade próxima em Nevada, comprar um carro com nota fiscal de lá e voltar dirigindo para a Califórnia. A grande dúvida é se o estado terá poderes para impedir a circulação de veículos comprados fora, o que esbarra em limites jurídicos e federais. A justificativa da Califórnia se ancora numa antiga lei ambiental que dá aos estados certos poderes sobre políticas de controle de emissões de gases poluentes.
Nem mesmo o pedido do então presidente Joe Biden ao governador da Califórnia — para adiar a medida — foi suficiente para reverter a decisão. O estado manteve-se firme. No entanto, um novo capítulo dessa novela surge com a notícia, veiculada pela NACS News, de que o Congresso norte-americano aprovou um projeto de lei que impede os estados de legislarem sobre a produção e comercialização de veículos a combustão. Caso essa proposta seja validada pelo Senado, representará uma clara afronta à autonomia estadual e poderá inviabilizar leis como a da Califórnia.

A NACS (National Association of Convenience Stores), que representa postos e lojas de conveniência dos EUA, celebrou a possível reversão da medida, destacando que a substituição da frota por carros elétricos ainda é inviável. E, de fato, há obstáculos relevantes. Entre eles, destaca-se a ainda abundante oferta de petróleo e, principalmente, a escolha controversa de iniciar a transição energética justamente pelos consumidores finais — e não pelos grandes emissores, como navios, aviões, caminhões e trens. Esses segmentos, por serem organizados e politicamente influentes, resistem a mudanças radicais. O consumidor comum, desorganizado e sem representação, acaba sendo o alvo mais fácil.

Aqui no Brasil, o cenário é bem diferente — e mais promissor. Nossa matriz energética é majoritariamente limpa, com mais de 80% da eletricidade gerada a partir de fontes renováveis como a hidrelétrica, solar e eólica. Isso coloca o Brasil em posição de vanguarda ambiental mesmo sem depender dos carros elétricos. Ou seja, não precisamos dessa transição forçada para reduzir emissões, pois já estamos entre os países com menor impacto ambiental na geração de energia.
Além disso, temos um trunfo inigualável: o etanol. Embora nem sempre seja mais econômico que a gasolina, o etanol possui vantagens expressivas. A principal delas é a possibilidade de usar toda a estrutura existente de produção, transporte e distribuição de combustíveis fósseis — o que reduz drasticamente a necessidade de novos investimentos em infraestrutura. Com a evolução dos motores e do próprio combustível, a diferença de rendimento entre gasolina e etanol caiu bastante, tornando obsoleta aquela velha conta 70/30. Hoje, há veículos cuja diferença gira em torno de apenas 17%.
Outro ponto pouco discutido é o poder de transformação social do etanol. Diferente do petróleo, cujos lucros muitas vezes se concentram em grandes corporações e divisas nacionais, o etanol tem uma distribuição de renda mais pulverizada. Ele favorece o produtor rural, mantém famílias no interior e movimenta a economia local em diversas regiões do país. Em resumo, enquanto o petróleo fortalece a nação, o etanol fortalece o cidadão.

“NÓS SOMOS HOJE, O QUE A EUROPA QUER SER EM 2050, DO PONTO DE VISTA DE EMISSÕES.”
Enquanto países desenvolvidos impõem metas ousadas e dispendiosas para 2030, 2040 ou até 2050, o Brasil já vive, hoje, o que a Europa sonha em ser nas próximas décadas. Nossa matriz energética limpa, a estrutura consolidada para o uso de biocombustíveis como o etanol, e a baixa emissão de gases de efeito estufa no setor elétrico nos colocam anos-luz à frente em termos de sustentabilidade ambiental.
Não precisamos reinventar a roda nem investir bilhões em uma transformação forçada. Ao contrário: precisamos valorizar e expandir o que já temos. O Brasil é, sim, um exemplo de transição energética de baixo custo e alto impacto — algo que o restante do mundo ainda tenta construir. Somos referência. E talvez esteja na hora de pararmos de copiar soluções de fora e começarmos a exportar nossas próprias.

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