Você já deve ter ouvido falar — ou até ter sido fiscalizado — por conta da famosa “bomba baixa”, uma prática ilegal em que a bomba entrega menos combustível do que o mostrado no visor. Esse tipo de fraude não é novidade no Brasil, mas ganhou novos holofotes recentemente. Neste artigo, vamos te explicar tudo o que está rolando, quais mudanças estão vindo aí e o que você, dono de posto, precisa fazer para se proteger e manter seu negócio dentro da lei.

O Que é a Fraude da Bomba Baixa?
É quando a bomba é manipulada para entregar menos combustível do que o cliente paga. Parece simples, mas o problema é sério:
- Prejudica o consumidor
- Afeta a credibilidade do setor
- Pode gerar multas altíssimas e até interdição do posto

A fraude da “bomba baixa” acontece quando a bomba de combustível é manipulada para entregar menos combustível do que o mostrado no visor, lesando diretamente o consumidor. Essa prática, apesar de aparentemente simples, envolve métodos tecnológicos sofisticados, como a instalação de dispositivos eletrônicos clandestinos que alteram a medição do volume dispensado sem que isso apareça no visor da bomba. Em alguns casos, esses chips são ativados por controle remoto, permitindo que os fraudadores desliguem o sistema durante fiscalizações. Também existem fraudes feitas via software, com alterações no sistema da bomba para que ela “roube” apenas em horários de maior movimento, dificultando a identificação do problema.
Embora seja possível adulterar componentes mecânicos em bombas antigas, hoje a maioria das fraudes ocorre por vias digitais, exigindo conhecimento técnico especializado. É importante destacar que nem sempre o dono do posto está ciente da fraude: ela pode ser executada por funcionários mal-intencionados, técnicos terceirizados ou até fornecedores. Por isso, é fundamental que o empresário do setor mantenha uma rotina de manutenção rigorosa, controle de equipamentos e revisão constante dos processos internos, protegendo tanto o consumidor quanto a reputação do seu negócio.

Infelizmente, a fraude da bomba baixa é uma prática recorrente em todo o Brasil. Fiscalizações realizadas pela ANP e pelo Inmetro têm identificado irregularidades em diversos estados, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Piauí, Paraná, Bahia e Amazonas. Só em São Paulo, por exemplo, mais de 15% das bombas fiscalizadas apresentaram algum tipo de fraude ou irregularidade, segundo o Ipem-SP. Em nível nacional, o Inmetro recebeu mais de 1.200 denúncias formais apenas em 2020. Esses números reforçam que nenhum estado está imune e que a fiscalização precisa ser constante para garantir a confiança do consumidor e a competitividade justa no setor.
A fraude da bomba baixa não prejudica apenas o consumidor individual — ela afeta toda a cadeia econômica do país. Quando um posto entrega menos combustível do que o pago, há evasão fiscal, pois o imposto calculado sobre o volume vendido não corresponde ao que foi realmente entregue. Isso gera uma distorção significativa na arrecadação de tributos como ICMS e PIS/Cofins, impactando diretamente os cofres públicos e diminuindo a capacidade do Estado de investir em saúde, educação e infraestrutura. Estima-se que fraudes no setor de combustíveis gerem um prejuízo de até R$ 29 bilhões por ano no Brasil, incluindo perdas por sonegação, adulteração e manipulação de bombas.
Além disso, essa prática desleal coloca em desvantagem os revendedores que atuam corretamente. Postos honestos, que pagam todos os tributos e entregam o volume exato de combustível, muitas vezes não conseguem competir com preços artificialmente baixos praticados por fraudadores. O consumidor, sem saber da trapaça, acredita estar comprando mais barato, enquanto recebe menos produto. Com isso, os revendedores sérios acabam levando a fama de “careiros” ou até “desonestos”, quando, na verdade, são os que estão sustentando o setor com ética. Essa inversão de imagem e a concorrência desleal corroem a confiança no mercado e punem justamente quem trabalha de forma correta.

Além da instalação de dispositivos eletrônicos clandestinos, há outros métodos sofisticados usados para fraudar bombas de combustíveis. Um deles é a adulteração do software (ou firmware) da bomba, feita por técnicos mal-intencionados que programam o sistema para roubar de forma seletiva — geralmente em horários de pico ou em abastecimentos com maior volume. Essa fraude intermitente é mais difícil de detectar, já que nem sempre está ativa e, muitas vezes, passa despercebida até mesmo por auditorias básicas. Outro método avançado é o uso de controle remoto para ativar ou desativar o chip de fraude. Com esse recurso, os responsáveis conseguem interromper a manipulação à distância quando sabem que uma fiscalização está a caminho, o que dificulta a atuação dos órgãos reguladores. Esse tipo de esquema já foi flagrado em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás por meio de operações da ANP e do Ministério Público.

Este gráfico mostra os dados das fiscalizações nos últimos 5 anos (2019 a 2023):
- A linha azul mostra o número total de fiscalizações realizadas pela ANP/Inmetro.
- A linha laranja mostra quantos postos foram autuados por irregularidades, incluindo casos de bomba baixa.
Isso nos ajuda a entender que, apesar do aumento nas fiscalizações, os casos de fraude ainda são constantes — o que reforça a importância de manter os padrões e boas práticas no setor, aumentando a fiscalização e punindo mais severamente quem for pego com essa prática.
Por fim, embora em desuso, ainda há casos de fraude mecânica, em que as engrenagens internas das bombas — especialmente nos modelos analógicos mais antigos — são ajustadas para registrar volumes superiores ao que é efetivamente entregue. Com a digitalização dos equipamentos e o avanço das tecnologias de medição, esse tipo de adulteração se tornou menos comum, mas ainda não foi totalmente eliminado. A existência desses diferentes tipos de fraudes mostra o quanto é importante o investimento em fiscalização, atualização tecnológica e capacitação dos donos de postos para identificar riscos e proteger a credibilidade do negócio.

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